Pinch Pot: a técnica mais intuitiva e ancestral da cerâmica

🟢 Post #4 — 14 de julho de 2025
🎧 Para ouvir enquanto lê:
Música do dia:
"Nara" – alt-J
Lançada em 2014, “Nara” é uma das faixas mais envolventes do álbum This Is All Yours, da banda britânica alt-J.
Com influências que vão do tribal ao eletrônico atmosférico, a música evoca a ideia de um ritual moderno — onde repetição, textura e pausa criam significado.
Assim como a técnica do pinch pot, ela começa simples, quase silenciosa... e vai se expandindo até tocar algo ancestral e profundo.
Pinch Pot: a técnica mais intuitiva e ancestral da cerâmica
Muito antes da invenção do torno, das ferramentas refinadas ou dos fornos controlados digitalmente, já havia mãos modelando barro.
E entre todas as formas de fazer cerâmica, o pinch pot é, sem dúvida, uma das mais antigas — e ainda hoje, uma das mais mágicas.
Há registros de peças feitas por pinçamento com mais de 10 mil anos, encontradas em escavações na China, Japão, Américas e África.
Em todas essas culturas, o gesto era o mesmo:
👉 uma bola de barro,
👉 os polegares cavando o centro,
👉 e os dedos beliscando a borda para dar forma.
É fascinante pensar que o mesmo gesto que você faz hoje no teu ateliê já foi feito por mãos humanas há milênios — muitas delas de mulheres, criando utensílios para alimentar suas famílias ou realizar rituais.
É um gesto que atravessa o tempo.
O que é a técnica de pinch pot?
Em português, chamamos de “técnica de beliscão”.
Ela consiste em moldar uma peça de cerâmica a partir de uma bola de argila, usando apenas as mãos, sem moldes ou ferramentas.
O processo é simples:
- Faça uma bola de barro do tamanho de uma maçã.
- Com os dois polegares, pressione o centro da bola.
- Comece a girar lentamente nas mãos, apertando suavemente as laterais com os dedos — como se estivesse beliscando a argila.
- A cada volta, as paredes vão subindo, afinando e ganhando forma.
É uma técnica incrivelmente acessível, tanto para iniciantes quanto para artistas experientes.
Com ela, é possível criar tigelas, copos, canecas, vasinhos, castiçais, e também formas esculturais e orgânicas.
Por que começar pela técnica de pinch pot?
- Porque ela ensina o essencial: sentir o barro, observar seu comportamento, entender o tempo do material.
- Porque ela é democrática: não exige ferramentas caras, nem experiência anterior.
- Porque ela é meditativa: o ritmo repetitivo do gesto, o silêncio que se forma, o foco no presente.
- Porque ela é poderosa: mesmo com simplicidade, pode gerar peças emocionantes, únicas, poéticas.
No pinch pot, não existe pressa, não existe certo e errado.
O que existe é presença, atenção e escuta.
🌱 Se hoje fosse teu primeiro dia com o barro, o que você criaria com as próprias mãos?
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